Wednesday, January 24, 2007

O Trágico

A minha vida transfigurou-se, porque tu apareceste!
Quem diria que aquela ingenuidade, de tanta inocência aparente,
Se tornaria o meu próprio sonho,
Despertando um desejo atraente?
Um desejo eterno, impossível…
Mas ensinaste-me a ler os olhos
E faço-o quando olho no teu rosto.
Pediste-me uma mão e dei-ta!
Mas tu entraste sem pedir,
Fizeste parte dos meus sonhos, levaste o meu coração…
Mas tudo me soa a (des)ilusão!
Porque os gregos seriam profetas
E tudo isto se parece com suas peças.
Sinto que o trágico acontecerá,
Algo de mau me puxa a consciência.
Talvez os filósofos sejam obrigados
A serem irreversivelmente celibatários.
E não é só isso! Sinto necessidade da dor,
Porque é lá que somos mais belos.
Sinto a impotência kafkiana a tomar-me agora, a levar-me…
Mas eu sou um Romântico,
Essa espécie cruelmente desaparecida,
Que tentava brilhar de novo no auge dos tempos! Do sonho!
E posso sonhar contigo!
Deixar que me roubem os teus olhos,
Que sejas de outro, que sejas só tua…
Mas ninguém me rouba o sonho,
Ele é meu e lá faço o que quero!
Mas, caindo sob a gravidade terrestre,
É a impotência kafkiana que encontro.
E tu pedes-me para subir mais!
Mas não percebes que é no sofrimento,
O da existência, o do Romantismo trágico que mais alto se sobe.
Eu ofereço-me a ti. Aceita!
Quero que saibas, no entanto,
Que por estares mais alto, não estás mais perto do topo.
O topo não existe, ele é cada um de nós,
É impossível como tu,
Como eu, impossível como o sonho,
Impossível como a metafísica,
Mas, é nessa impossibilidade que achamos engraçada esta vida,
Sem nexo, sem rumo aparente…
Liberto-me então deste planeta
E vou sonhar contigo,
Porque estás apaixonada,
Pelo pensamento, pelo sonho, pela filosofia!
Estarás disposta ao eterno retorno?
Se estás, vem comigo caminhar sobre as estrelas,
Aquecer-te no Sol…
É no vácuo que flutuo e me perco nos teus olhos,
Nos teus cabelos que adoro!
Lá não consigo respirar, mas não preciso,
Porque te amo…


Memórias de um espírito (o meu livro)

2 comments:

Anonymous said...

Eu prometi que ia ler o texto hoje e refletir sobre ele..mas nao deu..a minha cabeça nao dava para grande coisa hoje..e vai ficar assim por uns tempos..mas vou ler aquilo de novo e penar sobre ele..e mais tarde..(nao sei quando) comentarei melhor..
Porque um textos daqueles exigi um comentário á altura..uh uh..
por agora fica um bj.

e um P.S.
looooool
gostei do nome do livro..mt mesmo..

Anonymous said...

olá pedro (pitinho :P)
é um texto que se aplicava ao que estou a sentir...um sentimento de medo, de isitaçao, de algo que sinto mas que nao deveria, pois é impossivel que isto leve a algum lado...
como eu pus numa frase "Algo que já me disseram, mas que não quis assumir. E agora..."
pois..tem a ver com isto...:/

mais nada a dizer :)

ah tenho que ler também esse livro parece ser interessante :)

bjinhos**

fica bem**