Tudo começou, aliás, como muitas vezes começa, numa aula. Provavelmente poderia ser mais uma questão banal, daquelas a quem ninguém liga, pois a resposta em nada modifica o rumo do nosso quotidiano, aborrecido e rotineiro.
A questão surgiu bem à frente das lentes dos meus óculos. E é engraçado que, sofrendo eu de um dos mais belos sentidos à nossa disposição, a visão, essa questão pertinente se tenha colocado. Será que olhar é o mesmo que ver? era essa a questão.”Claro que sim! Que pergunta mais estúpida!”, estarão vocês a pensar, ou pelo menos a maioria. Porém, para mim, as coisas são bem diferentes.
Quando olhamos estamos meramente a ter a percepção da realidade que nos rodeia ao passo que, ao vermos, estamos a olhar e a pensar simultaneamente, isto é, a reparar numa pequena fracção dessa realidade. Assim, pode ocorrer que, em certas situações, podemos olhar sem ver, mas não podemos ver sem olhar primeiro. E a comprová-lo está o frequente exemplo de quando pomos os olhos em cima da pessoa especial que nos arrebatou o coração, que nos faz andar sem rumo, com a respiração e o coração acelerados, vivendo cada dia na ânsia de a voltar a ver (ou a olhar, já não sei!).
Da primeira vez que entrámos em contacto visual com essa pessoa especial, não a olhámos mas sim vimos. No meu caso, vi os seus cabelos negros como a noite, a sua cara branca como a neve e os olhos verdes de esperança, bem como o seu corpo de deusa, deslizando num imenso mar de beleza, combinado com o cheiro de frescas rosas. Isto nunca teria acontecido se simplesmente a tivesse olhado, pois olhei para uma multidão de mulheres e só a vi a ela. Por isso hoje sou feliz, não por a ter olhado, mas sim por a ter visto.
Se puderes olhar, olha; mas se puderes ver, entende.
(com um grande abraço para o Fábio Santos, a quem agradeço a colaboração)
A questão surgiu bem à frente das lentes dos meus óculos. E é engraçado que, sofrendo eu de um dos mais belos sentidos à nossa disposição, a visão, essa questão pertinente se tenha colocado. Será que olhar é o mesmo que ver? era essa a questão.”Claro que sim! Que pergunta mais estúpida!”, estarão vocês a pensar, ou pelo menos a maioria. Porém, para mim, as coisas são bem diferentes.
Quando olhamos estamos meramente a ter a percepção da realidade que nos rodeia ao passo que, ao vermos, estamos a olhar e a pensar simultaneamente, isto é, a reparar numa pequena fracção dessa realidade. Assim, pode ocorrer que, em certas situações, podemos olhar sem ver, mas não podemos ver sem olhar primeiro. E a comprová-lo está o frequente exemplo de quando pomos os olhos em cima da pessoa especial que nos arrebatou o coração, que nos faz andar sem rumo, com a respiração e o coração acelerados, vivendo cada dia na ânsia de a voltar a ver (ou a olhar, já não sei!).
Da primeira vez que entrámos em contacto visual com essa pessoa especial, não a olhámos mas sim vimos. No meu caso, vi os seus cabelos negros como a noite, a sua cara branca como a neve e os olhos verdes de esperança, bem como o seu corpo de deusa, deslizando num imenso mar de beleza, combinado com o cheiro de frescas rosas. Isto nunca teria acontecido se simplesmente a tivesse olhado, pois olhei para uma multidão de mulheres e só a vi a ela. Por isso hoje sou feliz, não por a ter olhado, mas sim por a ter visto.
Se puderes olhar, olha; mas se puderes ver, entende.
(com um grande abraço para o Fábio Santos, a quem agradeço a colaboração)
4 comments:
olá pedro :)
concordo :)
olhar é diferente de ver...
ver é ago que se faz com mais emoçao, com mais sentimento,
como diz o texto é quando nao consegui-mos parar de observar a pessoa que nos cativou e que nos chamou a atençao,
(é como o que eu passo a vida a fazer :P)
este é mais um dos textos que adorei mas tambem dificil de comentar,
olhar e ver é diferente sim concordo mas explicar o porquê dessa diferença é dificil de explicar :)***
bjs***
Não chega Sartre. Não basta Nietzsche. Agora, também Saramago...
Boa, boa!
Abraço (também porque Saramago é o autor do 2º livro da minha vida: o Memorial do Convento)
E quantos mais não bastam para preencher a multiplicidade de que necessito!
ainda não li o Memorial do Convento, tenho andado ocupado com Crime e Castigo de Dostoievski. parece-me bem, não?
está a ser fantástico!
Abraço (qual é o 1º livro da sua vida?)
Ó freespirit,
Dostoievsky?! o meu amigo está fora do mundo! ;-) (Parabéns por isso).
O livro da minha vida (até ver...)? "Cem anos de solidão".
Abraço.
Post a Comment