Tuesday, January 30, 2007

TPC de Português



Foi no décimo ano. Havia um trabalho de Português em que tínhamos que construir um textos a partir de algumas palavras soltas.
Estava em fase de tratamento de uma depressão e, por isso, a minha cabeça estava sempre ocupada com pensamentos que me faziam lágrimas. Tal como no momento em que escrevi o texto. E estava a ouvir esta música que parece que nem tem grande relação com o tipo de emoções por que estava a passar. Mas foram estas as condições (o efeito que a arte - música - tem sobre mim é imenso, coloca-me numa situação imaginária). Aconselho a leitura do dito texto ao som da música.

"É num amanhecer repentino que minha alma acorda para um novo dia. Olho pela janela e vejo as nuvens brancas ainda a bocejar no céu azul. O sol, ainda um pouco escondido, cumprimenta-me e sorri para mim como se fosse um presságio de que o dia me correrá bem. Dirijo-me para a sala onde está a aparelhagem, ponho um CD em reprodução e coloco a minha faixa preferida. Aumento o volume para o máximo e oiço “Better of alone” de Alice DJ. Tiro a minha t-shirt e fico apenas com os calções azuis com que dormi. Abro a porta da varanda e subo para o beiral abrindo os braços e observando tudo o que há de bom no mundo. Nisto, meus olhos ficam carregados e não consigo suster as lágrimas que escorrem pelo meu rosto. As lágrimas são o símbolo dos tormentos da minha vida. O amarelo do sol e a frescura da manhã tentam transformar-me, assim como se eu pudesse voar, assim como nos sonhos. Mas, na realidade, tudo era mesmo um sonho e acordei de vez para o meu inferno, o dia-a-dia da minha vida. Uma vida que acabará sem que eu, algum dia, tenha alcançado o meu mais profundo desejo."

10 comments:

skas838 said...

Posso confessar que tens aqui um blog mesmo muito bom? É que tens. ;)

Nem quando o mundo nos tenta transformar. Nem quando as heras deixam de ser garras afiadas em torno de pulsos que ficam roxos de apertados, ou as nuvens o sufoco de alguém que não consegue chamar sequer um último suspiro, não somos livres. Porque mais que o mundo tente. A nossa única prisão somos nós mesmos.

(Acho que te conheço ;) )*

Anonymous said...

os teus textos, as tuas considerações sobre a vida acabem sempre por ser aa considerações de outros ( tudo isto pa dizer que me identifico, mais uma vez, com um texto teu)

há sonhos que mereciam ser uma vida...

um abraço
Fábio

freespirit said...

o texto foi escrito num momento muito mau da minha vida.
e reflecte um sentimento k ainda hoje me afecta, muitas vezes: o de parecer que mesmo sendo livre não posso fazer ou mudar muita coisa.

há as liberdades dos outros, o meio, a sociedade, um padrão de moral k mesmo k não keiramos exerce uma pressão nas nossas acções... e parece kuase k não somos livres.
mas somos! kem decide somos nós.

viva a liberdade! mesmo nos maus momentos. é ela k nos fará sair deles.

;)

Ai meu Deus said...

ó freespirit,

"mete-me impressão" ler português escrito à maneira dos sms. Talvez me não devesse meter impressão. Talvez mete por eu ser kota. Mas, kota ou não, mete impressão (sobretudo sabendo k o autor do komentário é o mesmo do texto -- e k "ambos" sabem escrever muito bem.

K é k eu hei-de fazer?! ;-)

Abraço.

Ai meu Deus said...

(peço desculpa pelo erro. "Talvez meta" em vez de "talvez mete")

freespirit said...

Peço imensas desculpas.
Aliás, vou mesmo ser julgado por esse meu crime que é o de escrever à sms.
Está bem claro no baptismo deste blog: a Língua Portuguesa é a materialização da expressão deste blog. E que se saiba a letra "k" não está presente no alfabeto da Língua Portuguesa.
:D

abraço.

Vítor Amado said...

Os teus textos são cada vez mais substantivos e de forte densidade psicológica. É um privilégio ter-te como aluno. Quem é que disse que não se pode "dar" um 19?
abraços.

Anonymous said...

este texto faz-me lembrar uma pessoa que me veio dizer que estava com pensamentos suicidas...e que apos algumas conversas que na minha opiniao foram muito importantes, sobre os seus amigos e todos os que gostavam dela, chegou á conclusao que nao valia a pena, e que muita gente iria sentir a sua falta, e sufreria com a sua "partida". e agora pelo que parece é mais feliz do que muita gente junta...

nao achas que a vida é bonita demais para se perder assim de um momento para o outro?

mas ja tou a fugir ao texto.. o texto é um pouco triste mas muito bonito..transmite muita serenidade.. e a musica é sempre muito inspiradora e tranquilizante (principalmente no maximo:P)para os dias em que estamos menos bem..

beijinhos Pedro :)

freespirit said...

Alguém me disse. :)
19 ou 20 (ou 16), sinto-me orgulhoso em ouvir palavras tão moralizadoras, especialmente vindas do meu próprio professor de Português.
O privilégio é recíproco.

Constança,
como adivinhaste que é precisamente no máximo (ou quase, porque os vizinhos são uns chagas da treta) que gosto de ouvir esta música?
A mim, o techno transcende-me e é na transcendência que me tranquilizo.

Anonymous said...

é no maximo sim...
eu sei pk me acontece exactamente igual...
mas nesses momentos tenho pessoas que me fazem pensar que tudo vale a pena...
que elas valem a pena...mesmo que muitas vezes seja dificil..

bjinhos**:)