Estou integrado num projecto dos Serviços de Psicologia e Orientação da minha escola: a Secundária de Emídio Navarro. O projecto consiste em alunos do 12º e 11º ano ajudarem nos métodos de estudo e na integração dos alunos do 10º ano.
Hoje à tarde, estive com os alunos inscritos do 10º D.
O seu programa de Filosofia faz com que estejam a terminar as teorias da liberdade.
Perguntei às meninas que teoria defendiam no problema da liberdade: uma disse que defendia a teoria mista e as restantes defendiam o determinismo.
Tenho ficado um pouco chocado por ninguém, excepto uma menina do 10º A, defender o livre-arbítrio.
Defendo-o!
Perante o determinismo das minhas alunas de hoje, perguntei-lhes se acreditavam em Deus. Todas me responderam que sim.
Respondi-lhes que, realmente, se acreditam em Deus têm que ser deterministas (penso eu de que...).
Perguntei-lhe quais eram os atributos de Deus. Omnipresença, omnipotência e omnisciência.
Se é omnisciente sabe tudo. Tudo inclui o nosso futuro. Ora, se alguém já sabe como vai ser o nosso futuro não há uma escolha livre da nossa parte, porque essa escolha vai sempre de encontro àquilo que Deus sabia previamente que ia acontecer.
Sendo omnipotente pode alterar esse futuro. Alterar as más acções para boas acções. Se há más acções, condenáveis aos humanos que não escolheram, e as pode mudar, a culpa das más acções é apenas de Deus.
Qual o direito que tem de julgar os homens, se os homens agem do modo que Ele já sabe que vão agir e nem sequer o muda?
Das duas, uma: ou Deus é mau ou não existe.
Opto pela segunda.
Dei-lhes um tpczito: irem procurar o que é o Panteísmo.
Porque me perguntaram se eu acreditava. E eu tinha que lhes dar uma resposta. E dei-lhes esta.
16 comments:
esta é uma das minhas maiores dúvidas existenciais: a existência de Deus. Tenho o prazer de já saber o que é o Panteísmo ( muito superficialmente), graças ao freespirit que me iluminou em relação ao assunto e parece-me bastante interessante.
ah, é um bom tpc o que deste às meninas :D
Pedro :O..
tu aqui só falas em meninas..
o programa é só para meninas do 10º ou no 10º ano só há meninas..?LOOOOOOOOL é só para as pitinhas..
ai ai.
na brinca pronto..
em 2º a menina do 10ºA é um croma e uma porreira..e km a conhece minimamente saberia que ela iria defender essa teoria..
mas o livre-abitrio é uma teoria a meu ver um pouco irreal, pk nao acontece isso no nosso dia-a-dia, nao segui-mos o que ela defende..
a sociedade..tem valores..valores colétivos..e as nossas acções sao condicionadas por eles..
e nao vale se dizer que o que importa sao os valores de cada um..
pk nao sao, todos nós temos os mesmo valores..podemos é ter diferentes forma de os interpretar..
mas de kualker maneira vao interferir na nossa eskolha.
se é condicionada nao é totalmente livre..
espero um dia poder te provar que o homem está condicionado pela sua propia natureza..:)
e vou-me passar por aluno do 10ºD que teve esse TPC e vou peskisar sobre isso..
parece-me um assunto interessante..
e vou-me fazer passar por aluna do 10ºD
a ultima frase foi a mais é para ser ignorada..
tanta coisa tanta coisa fugi ao tema..
o tema é Deus e a liberdade..
a propria igreja é contraditória..
pois diz que já temos o nosso destino traçado..
mas por outro lado que Deus poes 2 caminhos e nós decidi-mos o melhor e depois vamos para o inferno ou paraíso...consuante a eskolha..
pois bem acho isto uma "treta"..
sendo aluna de ciencia..que sempre teve um serto gosto pelo dito como "maravilhoso"..entenda-se maravilhoso como algo sem explicaçao, algo divino,..
conforme vou avançando no percurso escolar e conforme vou avançando como pessoa..vou-me dando conta que nada é divino..á sempre uma lógica, uma explicação cientifica com base rigosora, pode ao nao ter sido descoberta mas existe..
por isso defendo o livre-abitrio pela ciencia (o homem é animal, mesmo sendo racional inda nao se libertou totalmente deste facto, o home tem as suas caracteristicas fisicas e as suas escolhas sao feitas a pensar nelas)..e nao pela existencia ou nao de Deus..
espero que tenhas percebido o que quis dizer :\..
aiiiiiii nao defenfo o livre-abitrio.
enganei-me isto a esta hora ja nao ta nada geito..
defendo a teoria mista..
Normalmente só aparecem meninas. E com o 10º D são mesmo só meninas.
O livre-arbítrio não acontece no dia-a-dia? Não somos livres?
A sociedade tem valores. Pois tem. Condicionam-nos. Se nós quisermos.
Posso-te dizer que fui orientado por uma educação que pouco tem a ver com as minhas convicções de hoje. Condicionou-me a minha educação até ao momento em que tive a noção de que devia interrogar-me sobre a veracidade do que me ensinavam. Mudei muita coisa. Porque considero mais verdadeiro.
Não vale dizer que são os valores de cada um que importam? porque não? Não são? Tem a sociedade o direito de se superiorizar ao indivíduo? Até que ponto?
Claro que as pessoas têm valores diferentes e têm o direito de os expressar. Não têm é o direito de obrigar o outro a aceitá-los.
Os valores da sociedade podem condicionar a nossa escolha. Apenas "podem". Só podem se nós os aceitarmos e temos a possibilidade de escolher valores contrários aos da nossa sociedade. O acto de escolher os valores da sociedade é em si mesmo um acto de liberdade.
o Homem está condicionado pela sua natureza. é óbvio que não pode respirar pelos olhos, ou saltar 10 metros sem trampolim ou cantar pelo nariz. Liberdade é escolher dentro do possível Nós agimos dentro do possível. Não confundas liberdade com omnipotência.
10 metro nem com nem sem trampolim bolas...
entao se dizes que tens "valores proprios" (eu não tenho, tenho os valores de todas as pessoas, eu apenas os organizo conforme sou).
as tuas acções sao condicionadas por eles..
Logo á condicionantes nao á liberdade total..
talvez confunda liberdade com omnipotencia..
mas isto é a minha opinião ao fim de 16 anos e pouco a fazer mt asneira a aprender mt..mas tenho conciencia que estes ideiais vao ser alterados..
nao sigo os valores da minha familia, da minha educação, mas sou mt influencia por eles, mesmo nao querendo..
por exemplo..sempre fui criada com a minha famila (pai e mae ) mt unidos, respeitanto-se mt..eu sou uma pessoa que dá mt valor ás pessoas..nao gosto de tar sozinha..isso foi algo que fikei sem kererer..
e outras coisas mudei completamente..eles tem a ideia de kual relaçao com base no amor..
e eu nao..
por isso nós fazemos a nossa personalidade com os valores ja criados..
apenas lhe da-mos mais importancia..pelo menos eu sou assim...:)..
pk normalmente só aparecem meninas?..
loooool..
uma pergunta a ser pensada..loooool
olha s tiveres na net, passa pelo msn please, persisava de falar ctg.. sobre umas coisas...
bgd**
bjinhos**
ó freespirit,
vamos partir de uma hipótese diferente da sua: "a liberdade de escolha é uma treta. É uma treta mesmo nas circunstâncias em que aparentemente somos nós que escolhemos".
Prova dessa hipótese: o que acontece connosco. Veja um exemplo: a sua convicção de que "Liberdade é escolher dentro do possível Nós agimos dentro do possível. Não confundas liberdade com omnipotência". Isto é Savater. E o que é que o leva a pensar como Savater? o ter descoberto/lido Savater. E se, em vez de Savater, tivesse lido um bom livro que defendesse o contrário? ou tivesse encontrado alguém que conseguisse persuadi-lo do contrário?
Se nós fôssemos efectivamente livres, a diversidade (de opiniões, de escolhas, de valores...) seria maior. Mas a verdade é que a esmagadora maioria dos ocidentais é cristã, mas muito provavelmente seria islâmica, se tivesse nascido num país árabe. Isto não prova nada? E, se o freespirit tivesse nascido no século X, "escolheria" os valores que "escolheu" hoje?
...e os exemplos poderiam continuar.
Receba um abraço (livre ;-)) do
Ai meu Deus
raquel,
se tenho valores próprios são os meus valores. posso mudá-los se achar que não são os melhores. a minha liberdade é que condiciona os valores que tenho.
claro que a educação tem um peso. mas pegando no exemplo que deste, ao contrário: imagina que os teus pais se batiam constantemente e que andavam sempre aos berros. quando te casasses, como foi o que viste sempre na tua educação, estavas sempre a discutir com o teu marido e provavelmente acharias normal andarem à pancada. pelo contrário, como presenciaste a vida dos teus pais em criança, podias pensar para ti própria que não querias viver isso e então farias tudo para manter um clima estável com o teu marido. é claro que vinha alguém dizer que foste influenciada pela tua educação, porque apanhaste um trauma em criança e não querias voltar a passar por ele.
na mesma situação, podes escolher duas formas de agir completamente diferentes.
ai meu deus,
concordo plenamente com o exemplo que deu dos cristãos do ocidente e islâmicos nos países árabes. seria realmente assim.
na minha opinião, quanto maior for o leque de opções que tivermos, mais livre será a nossa escolha. obviamente que se só tiver tido contacto com um ponto de vista, é muito mais difícil escolher outro diferente. ainda assim considero possível.
conheço algumas teorias que se debruçam sobre o problema da liberdade. foi você mesmo que me leccionou algumas, sem me ter influenciado directamente na escolha (dizendo, por exemplo, todos devem crer no livre-arbítrio). tenho uma teoria hoje que engloba muito do que li/vivi. Possivelmente porque o stor me mandou ler "Ética para um Jovem". Possivelmente porque li "A Metamorfose", "A Origem da Tragédia", "A Genealogia da Moral", etc. Quando li "Aparição" senti-me tão bem, como se o personagem fosse eu mesmo. Também li a bíblia. confrontei-os. reflecti, escolhi.
Admito que tive que sofrer um empurrão. Há algum tempo, antes de ingressar na ESEN, que me surgiam algumas dúvidas. Mas andavam dispersas. Se não tivesse tido Filosofia, talvez não pensasse como hoje. Mas isso não implica a ausência de liberdade. Outros colegas tiveram a mesma filosofia que eu e pensam de modos diferentes.
Talvez se não lembre já, mas no início de 2005 escrevi um texto em que falava sobre a minha teoria sobre Deus. Rudimentar ainda. Foi o stor que disse que o que eu escrevera era a mesma teoria do panteísmo. Nunca tinha ouvido falar disso. De onde veio essa ideia então? Pensei-a.
É óbvio que a qualquer momento posso mudar as minhas teorias. É mais um sinal de liberdade, dar conta que se houver argumentos mais sólidos que os nossos, poder optar por eles.
Já Espinoza dizia: "Não há acto mais livre do que reconhecer um argumento sólido e submeter-se a ele."
oi
em relação à questão da existência de deus.........Se Deus é omnipotente, tem de conseguir criar uma pedra tão grande, tão grande, que ninguem a consegue levantar. Se Deus não a conseguir levantar, então não é omnipotente.
pimigas diz:
É facil encontrar exemplos de que Deus não é omnipotente, omnisciente e omnipresente. Mas será que é suficiente para provar que não exist
e será que é concebível um deus imperfeito?
se deus existe ou nao, ou se ele e imperfeito, axo que nunca se vai saber. mas uma coisa se sabe, que deus é uma figura divina e as pessoas orientam-se por esta.
e se nós nao acreditamos em deus orientamo-nos por quem?
bjs
e temos que ter alguém que nos oriente?
não podemos ser nós orientar-nos? não estará a orientação em nós mesmos?
muitos *desorientam-se* quando chegam à conclusão de que deus não existe.
para mim, é mais um sinal de liberdade.
bjs divinos :)
é pena a "dinâmica" dos blogues colocar (quase) irrrrrremediavelmente para trás o que... está para trás (os textos... atrasados). É que, considerando estes vários comentários, valeria a pena continuar a "discussão".
por ex., valeria a pena continuar por aqui: a diana apresenta um "argumento" giro: o da pedra. Ainda que, no comentário seguinte e no meu entender, "estrague" tudo... Pelo que valeria a pena voltar ao "argumento".
Mas... prontos! ;-)
Abraço do
Ai meu Deus
bem, deixa-m dizer-te que tu realmente és exigente!!!mas fazes muito bem...eu pessoalmente prefiro nao pensar muito nestas teorias...mas considero que existe livre-arbítrio, mal de nós!!lol enfim... um beijo*
Post a Comment