Saturday, June 30, 2007

Luz louca

Que tempo me separa da intemporalidade?
Momentos sem hora, espontâneos na génese, na sua génese, de onde vêm?
Pressuponho que de alguma radiação invisível pois que é indiferente ser manhã, tarde ou noite para a sua aparição.
Não sou avisado. Quebra-se-me a energia e a vontade em recuperá-la. Estudarei o minucioso processo deste resultado em mim provocado, a estatística mostra-me que há uma tendência para o ambiente nocturno deste fenómeno.
A noite, aquela noite, a de ontem, ou de hoje que era de madrugada, qual mendigo, encostado à árvore com olhar disperso para tudo e para nada, sentindo que nada tem, liberto, alegremente liberto, tristemente consciente da perda do elemento de felicidade, triunfalmente desejando nada mais.
A absorção da luz pequena e longínqua inspira-me loucura. Que normalidade tem a regra de sentir afabilidade na solidão?
A que quero evitar mas que me prende...

4 comments:

Anonymous said...

O facto de os nossos olhos só absorverem radiação na banda da luz visível, limita-nos na nossa percepção do mundo. Muitas vezes penso como seria se os nossos olhos vissem de outra maneira, o que veríamos aí, que sensções visuais poderíamos tirar...

A noite cativa, sem dúvida,somos todos ( variando de caso para caso, claro) uns verdadeiros noctívagos, nunca saciados por essa luz louca!

um abraço ao freespirit!

Anonymous said...

( Não que o meu comentário tenha muito que ver com o texto,não é objectivo, é apenas um devaneio :D ) abraço

Ai meu Deus said...

Também sem grande objectividade -- as saudades que senti da luz de (minha) Paris!...

Abraço.

freespirit said...

Os devaneios são a objectividade do que nos apetece :)

Nunca fui a Paris (infelizmente apenas lhe passei ao lado - pela auto-route! :P a caminho da Alemanha).

Abraços.