Wednesday, April 9, 2008

Céu estrelado

O sol desenhado pela mão do criador
desfez-se em estrelas menores na hora de Satanás. A lua encheu-se, de coragem, e espreitou o mundo.
O vento assobiou nos sinos a melodia da morte. O ar arrepiou-se com o que envolveu.
A romaria ao templo movimentava-se silenciosa, a deusa observava a oferenda que ia receber.
Chegada ao templo, a multidão quedou-se para ver. Esperaram imóveis ao frio da noite. Todo o ano que se seguiria dependia daquele momento.
Ele, o rei, apareceu primeiro. Esperou de pé ao pé do leito rodeado pela multidão.
Ela, a sacerdotisa sacrificada, saiu do templo em direcção ao rei.
Uma fogueira rodeou o leito e os escolhidos. O rei pela hierarquia, a sacerdotisa pela honra. A multidão, do lado de fora do círculo de fogo, assistia ao espectáculo.
Rei e sacerdotisa despiram-se, copularam ofegantes pela deusa.
O rei sorridente pelo acto divino deixava agora que o ritual prosseguisse. A sacrificada ajoelhou-se nua ao pé do leito, uma foice levantou-se, a multidão olhou inquieta, a foice baixou em rápido e forte movimento, a cabeça saltou, o sangue jorrou e o ritual ficou completo.
A deusa satisfeita ordenou que os solos fossem férteis durante um ano.
O ritual colocou a ordem no mundo até que um dia alguém se atrevesse a desafiar a verdade do mito.

3 comments:

Anonymous said...

não gosto do rei.
muito menos da deusa.
ponto.

Anonymous said...

mas até que vou com a tua cara ;P
beijinho *

[isto foi só para o comentário anterior não parecer muito mau ;)]

freespirit said...

Podes não gostar mas este ritual passava-se mesmo! Era um ritual mesopotâmico da fertilidade...
se não o fizessem passavam fome :/ (pensavam eles)

é bom q vás! eheh

beijos :D