Saturday, February 9, 2008

Prateleira

O sofá que me acolhe o estado febril incita-me à meditação, não oriental que mais pareço "ser de" ou "estar a" leste, que se tem mantido afastada de mim. A televisão trouxe-me a verdadeira história, ou o que de real pensam ter descoberto dela, da última família real russa, o último czar Nicolau e a sua prol Romanov. O mistério do seu fim será provavelmente o que os mantém em grande parte vivos.
Terei que ser misterioso para viver eterno?
A história de Anastacia sabia-a eu de uma videocassete visionada em criança, mas vê-la ali real trouxe-me algo de mágico. A relação verdade-ficção é das coisas que mais me delicia a mente e os sentidos, ou hormonas. Curiosa a camponesa polaca que se quis fazer passar por Anastacia. Porquê querer ser outra pessoa? Objectivo de se tornar eterna?
Retorno ao quarto e sento-me na cadeira que me põe um globo terrestre defronte ao olhar. Rodo-o. Pudesse eu escolher onde estar neste momento!
Talvez escolhesse algum lugar dos livros que estão na estante aqui ao lado.
Percorro as prateleiras e recordo os imensos mundos que já vivi na leitura. Quantas vidas se escondem em páginas? Estará a minha também nestas prateleiras?
Fecho os olhos para escolher uma vida, estendo o braço e seguro um livro.
Vou abri-lo, a minha vida está aqui.
Vou viver.

1 comment:

pn said...

Abraço.
Boas leituras.
p