Wednesday, February 28, 2007

28 de Fevereiro

Hoje, no Brasil, é comemorado o Dia da Ressaca.

Não sei qual o significado real deste dia para os brasileiros.
Mas, aqui entre nós, se amanhã não tivesse aulas ia comemorar o dia à letra.
Amanhã na ressaca.
Hoje na bebedeira!

;)

Tuesday, February 27, 2007

A vida

A vida humana é mais importante que as outras vidas. É o que dizem.
Os argumentos são alguns, as evidências são as convicções de cada um.
Mas qual é o critério que determina o valor da vida de cada espécie?
É que, mesmo dentro dos outros seres vivos, fazemos uma diferenciação no valor que damos à vida de diferentes espécies. Vejamos:
- mata-se para comer (ainda que já haja um grupo crescente na sociedade - vegetarianos - que utilize o argumento de que se não devem matar os animais para comer);
- mesmo para comer custa-nos mais matar um cavalo do que um porco (não se come carne de golfinho, pois não?!)...;
- várias pessoas defendem que só se deve matar para comer;
- os ratos são as cobaias que assassinamos nos testes a futuras técnicas a utilizar em nós;
- matamos sem qualquer pudor milhares de seres que perturbam a actividade normal do nosso organismo através de medicamentos;
- aparecer uma galinha morta no quintal ou um golfinho morto junto à costa fere a nossa sensibilidade de modos diferentes;
- há quem defenda que essa distinção tem a ver com a inteligência de cada espécie (talvez não saibam que o vírus da SIDA - os vírus não são considerados seres vivos, mas são seres - quando está activo no nosso corpo instala-se nas nossas células e integra o seu material genético no nosso, multiplicando-se a partir de nós próprios. Inteligente, não?).
Pergunta nova: qual é o critério que diferencia o valor da vida de cada espécie, exceptuando a humana?
Parece-me que a única ética por nós praticada é a da lei da Natureza, a selecção natural de Darwin: o mais forte vence.
E isso está correcto? Se está, por que razão não se aplica ao Homem também? Porque é que não posso matar um amigo se tiver fome?

Sunday, February 25, 2007

Amanhã

Amanhã faço o que sonho hoje.

É assim que espero.
Todos os dias.

Amanhã é o dia.

Mas o amanhã de ontem é um dia diferente de hoje.

Mas hoje é o amanhã de ontem.

E que mudou? Não devia realizar o sonho?

Não!
Tenho sonhos para amanhã...

Eurythmics - Sweet Dreams

'

Thursday, February 22, 2007

Quem se não despede de mim?

No olho nasce a lágrima
que vai por mim
nos devaneios.

O sentimento de desejo
do regresso
ao que fui já não sou.

O sonho pensado
catalisador da metamorfose
do que era

Transformado no que sou
hoje presente e futuro,
eu!

Quem se não quer despedir do que fui?

Eu sou eu. Mas outro.

Wednesday, February 21, 2007

As Intermitências da Morte

Nesta madrugada acabei de ler o livro que comecei a ler na manhã de ontem: "As Intermitências da Morte" de José Saramago.
É uma perspectiva interessante do que aconteceria se a morte deixasse pura e simplesmente de matar.
Aquilo que porventura será e terá sido um dos maiores desafios da humanidade, em todo o sempre, não se revela tão benéfico como poderia, à primeira vista, pensar-se que seria.
Gostei da preocupação da icar (Igreja Católica Apostólica Romana) quando se deixou de morrer, porque havia um grande problema: sem morte, a icar deixava de fazer sentido, porque a ressurreição - que é o maior ou único trunfo da icar- não é possível sem se morrer primeiro. Descobre-se (se é que já se não sabia) que a icar é uma religião não da vida, mas da morte.
Perspectivando na minha pessoa, estou em crer que a tendência é que a morte mate cada vez mais tarde. Vencendo a barreira que deus expressa na Bíblia, barreira essa que diz que o Homem nunca viverá mais de 120 anos...
O Homem deve sempre encontrar meios para que nunca se morra. O Homem deve ter a liberdade de querer morrer ou não. E se tal for possível, porque não? Se for possível não morrer por causa da velhice, o Homem será muito mais livre. Se quiser morrer, tem a liberdade de se matar.

Tuesday, February 20, 2007

Ecce Homo

Acabei ontem de ler o livro "Ecce Homo" de Friedrich Nietzsche.
Em todo o livro, o autor faz questão de que os leitores fiquem a saber que ele é o melhor, é o detentor da verdade.
Tome-se como exemplo os títulos de alguns capítulos do livro: "Porque sou tão sábio", "Porque sou tão sagaz" ou "Porque escrevo tão bons livros".
Manisfesto ateu, crente apenas do espírito da mitologia grega, em especial do deus Diónisos, toma o Homem como Homem livre, sem moral, sem deus.
Reforça, uma vez mais, a ideia de transmutação dos valores. Que se derrubem todos eles, os valores que nascem com as sociedades.
Que se crie tudo de novo! Sempre!

Monday, February 19, 2007

Mulher (Mu)

Elemento: Mulher
Símbolo Químico: Mu
Massa Atómica: Por volta dos 60
Raio Atómico: Bastante irregular; não apresenta sempre as mesmas dimensões; na forma perfeita tem 86-60-86, contudo é rara essa espécie de Mu
Origem: Inventado em laboratório, de modo a criar pontes de hidrogénio (H) com Adão
Ocorrência: Espalhado por todo o planeta Terra; os outros planetas ainda não tiveram o azar de serem povoados por Mu
Estado físico na Natureza: Sólido
Propriedades Gerais:
Elemento delicado, reage com facilidade;
Estrutura curvilínea;
Raramente se encontra na forma atómica, frequentemente se reúne em aglomerados moleculares com outros Mu
Ganha massa com o passar dos anos, o que provoca o seu isolamento em pequenos aglomerados apenas de Mu
Aparência pura, porém o seu grau de pureza é reduzido
Emite sons com radiações perigosas
Provoca campos eléctricos de grande amplitude
O seu espectro de emissão varia de acordo com o seu estado de humor
Propriedades Químicas:
Cria bastantes ligações com o átomo Ap (Aspirador)
Reage com o elemento Hm (Homem) - reacção exotérmica; a molécula formada é HmMu7 (cada átomo de Hm necessita de 7 Mu para ficar estável); é uma reacção incompleta, pois a meio da reacção Mu fica com dores de cabeça;
Se se encontrar na sua forma perfeita, provoca uma forte excitação no elemento Hm
Em solução aquosa, Mu comporta-se como uma base
Possui alto poder oxidante
Utilidade:
Óptimo na limpeza de casas de banho
Desinfectante eficaz na lavagem de pratos
Se se encontrar na forma perfeita, é um bom relaxante após um dia de trabalho
Cuidados:
Não há cuidados específicos a ter, pois os seus comportamentos são imprevisíveis; ainda não é possível determinar com exactidão o que as faz irritar; pensa-se que possuem um mecanismo próprio de se auto-irritarem, não existente em mais nenhum elemento químico
Poder sobrenatural:
A sua forma fica ilusoriamente modificada, parecendo perfeita, se tiver umas boas calças de ganga.

Liberdade selvagem

Liberdade delimitada por um lago.
Liberdade.
Para a frente e para trás.
Navegam por onde querem
Porque são livres dentro de margens.
Ou porque pensam que são livres
Porque não conhecem o que está fora delas.
Mas continuam livres.
E invejamos-lhes a liberdade.

Sunday, February 18, 2007

Outwork - Elektro



Frio da rua não cá dentro
Transpiro calor da dança
Faíscada de luzes brancas
Nado em álcool fresco
Entro em transe profundo
Guiado pela visão turva
Das curvas femininas
Famintas irrequietas
De um corpo que quer
Um beijo.

Meu.

Saturday, February 17, 2007

17 de Fevereiro

Neste mesmo dia, no ano de 1600, Giordano Bruno foi queimado vivo pela Inquisição.


A sua heresia foi defender uma teoria segundo a qual o Universo é infinito, povoado por milhares de sistemas solares, contendo vida inteligente. Lançou as bases para o Panteísmo de Espinoza.


Enfrentou a Igreja Católica e os princípios de Aristóteles que eram defendidos na sua época, mesmo tendo-se doutorado em Teologia pela Ordem Dominicana e estudado profundamente a filosofia de Aristóteles e de S. Tomás de Aquino.

Um exemplo de liberdade!





Hoje faz 26 anos que nasceu Paris Hilton.

Uma das maiores beldades do nosso planeta. Uma das minhas deusas preferidas.

Modelo, actriz, cantora, capa de revistas, faz tudo para que se fale dela.

E ainda bem que o faz :P

É bonita e pronto!

É o que é preciso para se ser famosa.




Thursday, February 15, 2007

Liberdade vs Deus

Estou integrado num projecto dos Serviços de Psicologia e Orientação da minha escola: a Secundária de Emídio Navarro. O projecto consiste em alunos do 12º e 11º ano ajudarem nos métodos de estudo e na integração dos alunos do 10º ano.
Hoje à tarde, estive com os alunos inscritos do 10º D.
O seu programa de Filosofia faz com que estejam a terminar as teorias da liberdade.
Perguntei às meninas que teoria defendiam no problema da liberdade: uma disse que defendia a teoria mista e as restantes defendiam o determinismo.
Tenho ficado um pouco chocado por ninguém, excepto uma menina do 10º A, defender o livre-arbítrio.
Defendo-o!
Perante o determinismo das minhas alunas de hoje, perguntei-lhes se acreditavam em Deus. Todas me responderam que sim.
Respondi-lhes que, realmente, se acreditam em Deus têm que ser deterministas (penso eu de que...).
Perguntei-lhe quais eram os atributos de Deus. Omnipresença, omnipotência e omnisciência.
Se é omnisciente sabe tudo. Tudo inclui o nosso futuro. Ora, se alguém já sabe como vai ser o nosso futuro não há uma escolha livre da nossa parte, porque essa escolha vai sempre de encontro àquilo que Deus sabia previamente que ia acontecer.
Sendo omnipotente pode alterar esse futuro. Alterar as más acções para boas acções. Se há más acções, condenáveis aos humanos que não escolheram, e as pode mudar, a culpa das más acções é apenas de Deus.
Qual o direito que tem de julgar os homens, se os homens agem do modo que Ele já sabe que vão agir e nem sequer o muda?
Das duas, uma: ou Deus é mau ou não existe.
Opto pela segunda.
Dei-lhes um tpczito: irem procurar o que é o Panteísmo.
Porque me perguntaram se eu acreditava. E eu tinha que lhes dar uma resposta. E dei-lhes esta.

Raskolnikov e a sua lição

É muito difícil saber onde está a barreira que separa a ficção da realidade.
Por isso mesmo, não comentarei as ideias de Dostoievski, mas não deixarei de lhe gabar a obra.
Repito: é fenomenal.
Vou, pois, abordar Raskolnikov - o personagem principal de "Crime e Castigo".
Há uma teoria que me cativou, que me chamou bastante a atenção.
A teoria que defende que danos colaterais subjacentes a um feito grandioso são desprezáveis.
A constante alusão aos feitos de Napoleão, que matou para atingir os fins que o seu génio determinara, compara-se ao assassínio cometido por Raskolnikov: o seu génio, o seu grau de superioridade intelectual, permitia-lhe cometer essa extravagância.
Uma ideia que se pode retirar do livro é o que faz com que uma pessoa seja qualificada de genial. Os ingredientes serão os seguintes:
- um grau de intelectualidade, não digo superior porque isso é relativo, capaz de marcar a diferença em relação ao que é usual na sua época;
- uma excentricidade que impulse o sujeito a maximizar a sua diferença;
- a capacidade de enfrentar sem pudor os seus adversários;
- o sucesso.
O sucesso é determinante para qualificar uma pessoa de genial: Raskolnikov não teve o sucesso do seu lado.
A sua consciência foi a sua própria inimiga.
Maldita consciência! Já o dizia Nietzsche (um génio, a meu ver).
Quem de nós quer ser génio?

Vem Ter Comigo

Vem ter comigo
e dá-me um abraço delicadamente,
porque sei que contigo, meu amor,
era capaz de viver eternamente.
Vem ter comigo
faz-me absolutamente feliz
e pousa os teus lábios nos meus
coisa que, até agora, nunca te fiz.

Vamos ser um só
Vamos dar as mãos
Entrelaçar-nos no espaço
(um espaço só nosso)

Fica comigo esta noite.
Esta vida.
Para todo o sempre.

Por favor, vem ter comigo.


Fábio Santos

Wednesday, February 14, 2007

Dia dos Namorados

Amor é fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É nunca contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luís de Camões

(deixando falar quem sabe!)

Tuesday, February 13, 2007

Crime e Castigo



Acabei, no Domingo passado, de ler o livro "Crime e Castigo" de Fiodor Dostoievski.
Foi uma leitura fascinante!
Ganhei um amigo: Raskolnikov.
O homem que justifica os meios para as finalidades grandiosas.
As mudanças repentinas de estado de espírito até têm algo de semelhante comigo.
Mais uma história, mais uma lição. Boa lição, acrescento.
Parabéns Dostoievski!
E obrigado pelos momentos que me proporcionaste.

Saturday, February 10, 2007

Quem me fala?
De onde vem esta voz
Que me quer ensinar?

Ensinar o que tem
Múltipla resposta
No mundo.

Acredito ou não?
Na voz ou nas respostas?
Ou na minha resposta?

E estará certa?
Está!
É a minha!

Dia do Atleta Profissional

Hoje, dia 10 de Fevereiro, é o Dia do Atleta Profissional.

Já foi tempo em que o fui... hoje só sou atleta profissional quando me profissionalizo na pele de alguém num jogo de computador...

Fico-me por ser amador todos os dias!

:D

Monday, February 5, 2007

Nunca te queixes!
Mata o que te faria queixar!

Não tentes não ir abaixo!
É no fundo que encontrarás a melhor força!

Não procures ajuda!
Ela está dentro de ti!

Não deixes que tenham pena de ti!
Vais ficar com vómitos!

(é o que dá ler Ecce Homo)

Saturday, February 3, 2007

Eric Clapton - Tears In Heaven






Partiste.
Sinto falta das nossas conversas.
Daquilo que sempre foste,
Do que sempre acreditaste.
Mesmo divergindo nas ideias,
Gostava de te imitar na convicção.
Demasiado diferentes e demasiado iguais.
Vejo-te como o espelho de mim próprio.
Tenho pena de teres partido,
Embora sabendo que não é isso que queres que sinta.
Desculpa, não consigo acreditar no mesmo que tu.
Estejas onde estiveres, sejas o que fores,
Sinto a tua falta.
E magoa-me a tua memória,
Porque o que queria,
E não posso,
Era falar-te, ouvir-te… Era abraçar-te mais uma vez…







Sem intenção propositada, mas com a maior emoção, imaginando tudo como se fosse real.
Nunca pensei que este poema se materializasse na verdade desta situação.
Escrevi-o a pensar em ti, sim, mas idealizada em parte da Sofia, personagem do meu livro "Memórias de um espírito".
Na minha memória e no meu coração ficarás para sempre gravada.
Adoro-te Filipa!





Andrea Bocelli - Con Te Partiro



Simplesmente me apeteceu ouvir esta música. Daquelas coisas que nos caem bem, especialmente a estas horas e nesta companhia (sozinho com pensamentos...).

Vou partir contigo.
No real podes dizer que não
Mas nos meus sonhos nada podes fazer.
Dizes o que eu mando.
Fazes o que quero.
Faço o que quero contigo.
Vou contigo para onde quiser,
Ainda que nunca lá tenha estado,
Mesmo não sabendo como é,
Imagino-o, torno o lugar meu,
Moldo-o à minha vontade.

És perfeita simplesmente
Porque sabes agir na perfeição
Do que me cativa.
Sabes ser fisicamente o que me atrai
Louco e em serenidade na paixão.
E ingenuamente sincero
Acredito em ti
Acredito que existes
Que és real.

Porque os meus sonhos são assim
reais.

Fim

Venho de casa pelo Fontelo para a escola.
Na escola passo pela stora e forço o habitual sorriso.
Subo as escadas vou ao cacifo.
Intuito único de perder tempo. Nada para fazer.
Sentimento nefasto já não estranho.
O de acabar com tudo.
O meu "eu" pede-me para avançar.
A minha consciência retrai-me.
Revolto-me com o racionalismo desnecessário.
Desço rápido as escadas.
Passo por eles os meus amigos.
Nem palavra.
Acelero o ritmo adrenalina ao máximo.
Portão passadeiras Serpa Pinto.
Fórum prédio alto.
Páro olho seis andares chegam.
Subo-os.
Abro a janela olho para baixo.
Recordo a minha vida toda num flash.
Digo adeus a todos num sorriso final.
Segundos em queda.
Fim.

Thursday, February 1, 2007

Tu

Tu.
Vais. E voltas.
Molhas a minha areia,
escondes-te no horizonte que procuro.
Regressas com fúria que me afoga e me perde em ti.

Pedaços

Sou feito de pedaços.
Pedaços cheios de nada, vazios de tudo.
Pedaços que se evaporam,
Pedaços que se condensam.
Pedaços que se tardam em unir,
Mas que se apressam em dividir
Pedaços simples, outras vezes complexos
Com conteúdos completamente incompletos

Pedaços que não se assemelham a nada
Mas que têm a forma de tudo.
E que da emoção mais pobre
Expressam o sentimento mais puro.
Pedaços dos mais pequenos,
Do tamanho do Universo.
Pedaços que se clamam em prosa
Ou no mais simples verso

Pedaços cheios da maior ordem
Que o caos pode dar.
Pedaços sem tempo.
Pedaços sem lugar.

Sinto-me, estranhamente, em pedaços….

Fábio Santos