Saturday, September 27, 2008

Presentes

O olho que abre e vê pede ao outro para abrir também. Não conectado com o redor, cerram-se ambos na escuridão.
Que as visões interiores se processam do modo que quer.
Inclina o tronco, pousa a testa sobre os braços que estão assentes na mesa. Recorda feliz a casa de onde veio, inseguro sente a casa para onde vai. O passado que deixou, o futuro que vai chegar. Presente, pudesse ele continuar parado no tempo, felizmente infeliz por nada ter a conquistar. Desassossegado, o livro que ele quer ler, que lhe ensina a viver na arte do despojamento. Do nada sentir ao conquistar, do pouco sentir em perder.
Um braço vence, o outro é derrotado. Que bela há sem senão?, a filosofia e ciência que comigo caminham de mãos dadas para que senão me levam?
Move uma das pernas qual ciclista sentado, impulso nervoso movido pela ansiedade, saltitam falangetas em cima da mesa.
Um lábio quer sorrir, o outro fecha o sorriso que mata.

4 comments:

AnaB said...

"this is real, this is me, i'm exactly where i'm suppose to be now (...)"

{com a inspiração que tenho só me lembrei de parte do refrão de uma música que ouvi à bocado no filme 'Camp Rock' :P LOOOL mas acho que a tal parte de adequa ;) isso se fiz a interpretação correcta do texto ;P}

freespirit said...

Adequa sim senhor :)

as interpretações estão smp correctas se o autor se não explicar.
Não tenho nada a explicar :P

beijinhos

Anonymous said...

Bem sei k nada tens a explicar mas bastaram dois dedos de conversa numa bela aula de bioquímica para eu acreditar que talvez entenda a verdadeira interpretação do que aqui escreveste...será talvez pk em cada palavra tua que aqui li encontrei as palavras que a mim me faltavam para descrever tamanha confusão de sentimentos e sensações que hoje, que agora me invadem...Na verdade estamos em situações parecidas...
Custou a luta para chegar até aqui mas apodera-se agora de mim um sentimento que não esperava...não se trata de todo de uma alegria incontrolável pela qual tanto ansiei...trata-se de um misto de tanta coisa...de tanto medo, de tanta vontade de estar aqui mas ao mesmo tempo de tanta vontade de voltar ao sitio de onde quis sair com tanta persistência...e por outro lado, "felizmente infeliz por nada ter a conquistar"...enfim experimento agora algo que há um ano atrás não me parecia possível e percebo então que o que eu não queria se tornou no meu porto de abrigi, no local onde fui tremendamente feliz...

"HOME IS WHERE THE HEART IS..."

Patrícia ( a Margalho da Silva!lol)

freespirit said...

Tanto esforço para agora... não termos tempo de saborear e termos que pensar apenas no esforço maior a fazer.
É assim a rotina, cabe a nós escaparmos-lhe de vez em qd :)

até as proximas aulas ;)