Monday, January 22, 2007

Crónica de quem não é feliz

Há um tempo atrás, não muito, um amigo meu, dos poucos que realmente tenho, chegou-se até mim, sem qualquer traço de alegria no rosto e sem uma ponta de brilho nos olhos, e confidenciou-me:
- Não sou feliz!
Disse isto com uma voz trémula, nervosa, desmotivada. Foi então, que olhei bem para ele e vi como mal ele estava. Parecia não ter alma, a pele estava seca e áspera, os olhos lacrimejantes descaídos sobre umas enormes olheiras. Diria quem o visse que parecia um morto-vivo, nem vivo, nem morto.
- Ora! - respondi, atabalhoadamente, surpreendido ainda pela sua confissão - afinal de contas quem é plenamente feliz? Ninguém é totalmente feliz!
- E como é que sabes isso? - questionou.
A isto respondi-lhe na hora, mas o que importa relato-o agora.
Vivemos com a convicção de que nascemos para ser felizes. No entanto, quantos de nós são totalmente felizes, contando todos os segundos, minutos e horas que compõem os trezentos e sessenta e cinco dias do ano? Ninguém.
Ninguém é mesmo feliz. O Homem é muito instável de espírito. Nem com os vícios essa felicidade é atingível. Não é feliz o bêbado, pois se o é enquanto tem o álcool a correr-lhe nas veias, após o seu efeito passar o que sente é tudo menos felicidade. O mesmo se aplica aos toxicodependentes e aos viciados no jogo. Os vícios dão-nos a sensação de liberdade que não é mais que uma ilusão de felicidade, uma felicidade temporária. E como arrogantes somos! Enquanto nos queixamos de barriga cheia da falta de felicidade, milhões de pessoas não têm um pão sequer para levar à boca, para enganar não a felicidade, mas sim o estômago.
Que ser mais estranho é o Homem! Sabemos mais sobre as luas de Júpiter (a milhões de quilómetros do nosso planeta) do que sabemos sobre o comportamento humano.
E podem perguntar para que serve afinal a felicidade se é inatingível. Serve como motivação, algo a que nos resolvemos agarrar. Não podemos atingir a felicidade, mas só conseguimos viver se pensarmos que a podemos, mais tarde ou mais cedo, obter.
Enfim, esta crónica não é somente para alguns. É para todos, pois todos fomos, somos ou seremos infelizes.
"O caos é uma ordem por decifrar" Livro dos contrários
Fábio Santos

4 comments:

Anonymous said...

n tinhas nada k colocar aki parte da nossa conversa isso n se faz...kero um pedido de dusculpas ja!!!!!
eu concordo, ninguem é inteiramente feliz por isso toca a aproveitar os momento de felicidade que temos!!!!
bjokinhas e mts felicidades para ti e para tds akeles k tu amas

freespirit said...

eu peço desculpas, mas a obra do acaso fez com que tivesse sido um amigo meu a escrever o texto e não eu... já viste as coincidências da vida?

:)
bjt

skas838 said...

Se toda a gente fosse feliz qual era o nosso papel na busca da felicidade?

Nenhum..

E conquistas sem esforço não têm piada. E conquistas com um fim à vista muito menos.

Mas desafios..

Ora, desafios é outra coisa :)*

Anonymous said...

Eu acho piada quando dizem que vivemos em busca da felicidade..
o que é a felicidade?..
alguém sabe o que é?..
alguém a viu? alguém sabe que a sentiu?...
ninguem me sabe responder a isto pois nao?..entao vivemos para algo que nao sabe-mos o que é...ou seja mesmo que a antingir-mos nao temos noçao disso..
por isso a felicidade depend de cada um..eu fico feliz quando chego á escola e vejo uma amiga minha, fico feliz quando recebo uma msg a dizer: "bom dia"..ou entao.."dorme bem"..
fico feliz quando chego aqui e leio textos tao bonitos, mesmo que eu nao concorde totalmente fico feliz porque alguém se preocupa em escrever e em partilhar com os outros o que sente..
e a felicidade absoluta é a soma da felicidade do dia-a-dia..

hoje tou mt poetica..enfim..
xau ptt..:D